João Almeida a quatro dias de transformar o sonho em realidade



João Almeida a quatro dias de transformar o sonho em realidade

O português João Almeida manda na Volta a Itália. A quatro etapas do fim, o chefe-de-fila da Deceuninck-Quick-Step soma 15 dias de camisola rosa e não dá mostras de fragilidade. Os adversários já estão em sentido, até porque apenas um, o holandês Wilco Kelderman, está perto do lusitano.

João Almeida comanda a corrida com 17 segundos de vantagem sobre o homem da Team Sunweb. O terceiro é outro ciclista da formação germânica e grande rival do português na geral da juventude, o australiano Jai Hindley, que acumula um atraso de 2m58s para o caldense. Segue-se Tao Geoghegan Hart (Ineos Grenadiers), a 2m59s. Todos os restantes distam mais de 3 minutos do novo ídolo de Portugal.

Apesar da vantagem significativa, nada está garantido para João Almeida. Das quatro etapas em falta, duas são de alta montanha e uma é um contrarrelógio individual. Há muito terreno para os rivais colocarem à prova a superioridade, até ver absoluta, do dono da camisola rosa.

A 18.ª etapa, já nesta quinta-feira, terá 207 quilómetros, dos quais 56,6 serão escalando as quatro contagens de montanha da viagem que liga Pinzolo à primeira categoria colocada em Laghi di Cancano. A tirada começa logo a subir, para a segunda categoria do Campo Carlo Magno, seguindo-se a primeira categoria de Hofmandjoch. O pior fica guardado para depois. É como se, na mesma etapa, se concentrassem as subidas da Covilhã para a Torre e a Senhora da Graça. Com a agravante da altitude, muito diferente, em Itália. A subida de categoria especial do Stelvio tem uma extensão de 24,8 quilómetros, uma inclinação média de 7,4 por cento até serem atingidos mais de 2700 metros de altitude. Por fim, a escalada para a meta tem 9 quilómetros e uma pendente média de 6,9 por cento, para serem alcançados mais de 1900 metros de altitude.

A 19.ª etapa, teoricamente, será de tréguas na luta pela camisola rosa. Sem qualquer contagem de montanha, parece ser favorável aos sprinters. A distância, nesta altura do Giro, é que já será do agrado de poucos: 258 quilómetros, entre Morbegno e Asti.


A penúltima etapa, entre Alba e Sestriere, foi amputada das subidas do Colle ddell'Agnello e do Col de l'Izoard. Em contrapartida, os corredores irão enfrentar três escaladas a Sesteiere. A tirada, que se previa com um acumulado superior a 5300 metros, ficar-se-à pelos 4000 metros.

Neste dia ficará também decidida a classificação da montanha, aquela em que outro português tem brilhado. A quatro jornadas do fim da competição, Rúben Guerreiro (EF Education First), já vencedor de uma etapa, veste a camisola azul, de rei dos trepadores, com 50 pontos de vantagem sobre Giovanni Visconti (Vini Zabu-KTM).

A Volta a Itália termina, no próximo domingo, com um contrarrelógio individual de 15,7 quilómetros, entre Cernusco di Naviglio e Milão. Tendo em conta os dois exercícios individuais já disputados neste Giro, João Almeida tem vantagem sobre os adversários diretos neste encerramento da corrida.

 

2020-10-21 - 16:34:26

 


 

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