
India Grangier vence etapa e veste a camisola amarela

Os 95,2 quilómetros que ligaram o Museu Joaquim Agostinho, em Torres Vedras, à Póvoa de Santa Iria foram palco de uma corrida muito atacada, com fugas sucessivas. Disputada, em grande parte, no terreno ondulado da região Oeste e sob vento forte, a viagem acabaria por tornar-se muito dura. A formação francesa da Arkea-B&B Hotels foi das principais responsáveis por isso, lançando sucessivamente ciclistas para a frente da corrida.
Um dos ataques das gaulesas com maior potencial para assustar o pelotão e a equipa DAS-Hutchinson-Brother UK, que pretendia defender a camisola amarela de Francesca Hall, foi protagonizado por Océane Mahé, que atacou a 40 quilómetros do final. A francesa isolou-se, chegou a ter mais de um minuto de vantagem e tornou-se virtual camisola amarela.
A situação de corrida acabaria, no entanto, por transformar-se na subida de terceira categoria, em Sobral de Monte Agraço. Procurando bater-se pela geral da montanha, India Grangier atacou no pelotão, levando com ela Titia Ryo (Arkéa-B&B Hotels) e Nicole Steinmetz (Cynisca Cycling).
O trio acabaria por juntar-se em frente de corrida a Océane Mahé. O vento e a subida para a reta da meta acabariam por desmembrar este grupo, deixando a luta pela etapa reservada a India Grangier e a Titia Ryo, com vantagem da corredora da Team Coop-Repsol. Nicole Steinmetz foi a terceira, a cinco segundos.
A forma agressiva como foi disputada a etapa, levou a que as corredoras chegassem a conta-gotas. O primeiro grupo perseguidor, no qual se incluíam a camisola amarela à partida e a melhor portuguesa, Daniela Campos (Eneicat-CMTeam) chegou com 49 segundos de atraso para a vencedora da etapa.
Ao quarto dia, a Volta a Portugal Feminina Cofidis conhece a quarta dona da Camisola Amarela Placard. India Grangier está em primeiro, com sete segundos de vantagem sobre Titia Ryo. Francesca Hall é a terceira, a 27 segundos.
“Ataquei para garantir a camisola da montanha, mas quando cheguei ao topo, após o sprint, olhei para trás e não estava ninguém. Então continuei com outras duas corredoras. Conseguimos alcançar a frente da corrida. A Arkéa tinha duas ciclistas, tentei fazer com que uma descolasse. Ficámos três para discutir a etapa e eu venci. Agora falta o contrarrelógio. Nem eu sei ainda bem o que esperar de mim num contrarrelógio”, confessou India Grangier, logo depois de saber que tinha conquistado a camisola amarela. Quanto ao objetivo inicial, a francesa é já matematicamente vencedora da classificação geral da montanha.
Daniela Campos continua a ser a melhor portuguesa, agora na quarta posição, a 38 segundos da primeira. “Hoje fui atacada por todos os lados. Eu e a equipa fizemos o máximo que conseguimos, mas não deu para mais. Amanhã partirei para o contrarrelógio com o objetivo de chegar ao pódio. Tudo pode ainda acontecer”, frisou a algarvia, que cedeu a Camisola Branca IPDJ, da juventude, a Titia Ryo. Michaela Drummond (Arkéa-B&B Hotels) conservou a Camisola Vermelha Cofidis, dos pontos, e a Team Coop-Repsol passou a comandar por equipas.

A Volta a Portugal Feminina Cofidis tem todas as decisões guardadas para este domingo, dia da quinta e última etapa, um contrarrelógio individual de 12,2 quilómetros, com partida e chegada na Praça do Império, Lisboa.
2024-07-06 - 15:42:55