
João Almeida 16.º no contrarrelógio olímpico
O português João Almeida foi hoje o 16.º classificado no contrarrelógio dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, uma prova de 44,2 quilómetros, ganha pelo esloveno Primož Roglič. Nelson Oliveira foi o 21.º.
Num percurso ondulado, os contrarrelogistas puros tiveram forte concorrência de corredores completos, num tipo de exercício individual que costuma agradar aos ciclistas portugueses. O início explosivo, com uma das subidas mais duras, até ao ponto de cronometragem instalado ao quilómetro 9,7 foi o troço que mais penalizou as aspirações de João Almeida e de Nelson Oliveira. Nesse parcial estavam ambos fora do top 20.
Com o passar dos quilómetros, os dois representantes de Portugal foram melhorando relativamente aos rivais, algo particularmente notório em João Almeida. O corredor natural das Caldas da Rainha terminaria no 16.º lugar, com 58'33''97, mais 3'29''78 do que o novo campeão olímpico, Primož Roglič. Nelson Oliveira, 21.º, fez parar o cronómetro nos 58'59''22, a 3'55''03 do vencedor.
João Almeida estreou-se em contrarrelógios dos Jogos Olímpicos e conseguiu afastar um dos receios, o de ser pouco competitivo por nunca ter feito um contrarrelógio tão longo. “Acho que consegui gerir bem o esforço, mesmo tendo arriscado tentando entrar bem desde o início. Consegui manter o nível ao longo de toda a prova, mas reconheço que, não tendo más sensações, não senti que, fisicamente, estivesse no meu máximo. Perante este lote de adversários e numa distância tão longa, tinha pensado num top 15. Acabei por ficar perto. Acima de tudo saio com a satisfação de já ser um atleta olímpico”, explicou o corredor que, na prova de fundo, ficara na 13.ª posição.
Depois do sétimo lugar no Rio de Janeiro, Nelson Oliveira aspirava a manter-se entre os dez melhores na corrida de Tóquio, não conseguindo alcançar essa meta. “Estou grato por ter podido representar Portugal em mais uns Jogos Olímpicos, mas o resultado não foi aquele para que trabalhei. Depois de tanto trabalho e sacrifício, tanto tempo longe da família e dos amigos, queria ter dado outro resultado aos portugueses, mas não foi possível. Nas partes mais duras queria subir a potência para os valores que tinha idealizado, mas o corpo não respondeu. Não tive nenhuma quebra, mas não consegui aumentar o ritmo como pretendia e era necessário para ter outro resultado. Agora há que continuar a trabalhar e pensar em próximos objetivos”, resumiu Nelson Oliveira.
O selecionador nacional, José Poeira, também reconhece que os resultados não corresponderam às expectativas. “Pelo percurso, pelo trabalho feito pelos corredores e pela sua qualidade acreditávamos que o top 10 era possível. Mas não aconteceu e há que dar os parabéns a quem foi mais forte”, reconheceu o responsável técnico.
A luta pelo pódio foi muito acesa, com exceção da medalha de ouro, tal a superioridade revelada por Primož Roglič. O esloveno, vencedor da Volta ao Algarve em 2017, teve uma prestação brutal na segunda metade do contrarrelógio, num crescendo de intensidade que nenhum adversário conseguiu acompanhar, impondo-se com 55'04''19.
Entre o segundo e o quinto classificados a diferença foi de apenas 4 segundos. O neerlandês Tom Dumoulin ficou com a medalha de prata, a 1'01''39 do vencedor, enquanto o bronze ficou para o australiano Rohan Dennis, a 1'03''09 do primeiro. O suíço Stefan Küng perdeu o pódio por uma diferença de 40 centésimos de segundo relativamente a Dennis. O quinto foi o campeão mundial, o italiano Filippo Ganna, que gastou mais 1'05''74 do que o campeão olímpico.
(em atualização)
2021-07-28 - 09:06:15