Federação subscreve carta exigindo mais condições para mobilidade a pé e de bicicleta



Federação subscreve carta exigindo mais condições para mobilidade a pé e de bicicleta

A Federação Portuguesa de Ciclismo associou-se às organizações subscritoras da carta da PATH (Partnership for Active Travel and Health) exigindo aos governos e às cidades a concretização de medidas facilitadores do incremento da mobilidade a pé e de bicicleta.

Esta iniciativa surge no contexto da conferência sobre o clima COP27, que decorre no Egipto. "Um paradigma de mobilidade verdadeiramente sustentável deve incluir uma parte muito maior de investimento em caminhadas e ciclismo. Permitir uma maior percentagem de viagens urbanas a pé e de bicicleta é uma forma rápida, acessível e fiável de reduzir significativamente as emissões associadas ao transporte, o congestionamento do tráfego e as mortes nas estradas, e também proporcionará uma melhor saúde pública, economias mais fortes e sociedades mais justas", pode ler-se no documento.

A carta, na versão original em inglês, pode ser consultada e subscrita AQUI.

Tradução da Carta:
Por ocasião da conferência sobre o clima COP27, a Partnership for Active Travel and Health, juntamente com os apoiantes de mais caminhadas e ciclismo, emite esta carta aos governos e cidades:

Exortamos os governos e as cidades a investir mais na mobilidade pedestre e de bicicleta para alcançar os objetivos climáticos e melhorar a vida das pessoas.

Permitir que mais pessoas andem a pé e de bicicleta em segurança é essencial para alcançar o Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas, mas as caminhadas e a bicicleta ainda não têm prioridade no “mix” de transportes e mobilidade e na agenda climática mais vasta.

Um paradigma de mobilidade verdadeiramente sustentável deve incluir uma parte muito maior de investimento em caminhadas e ciclismo. Permitir uma maior percentagem de viagens urbanas a pé e de bicicleta é uma forma rápida, acessível e fiável de reduzir significativamente as emissões associadas ao transporte, o congestionamento do tráfego e as mortes nas estradas, e também proporcionará uma melhor saúde pública, economias mais fortes e sociedades mais justas.

O transporte é responsável por 27 por cento das emissões globais de carbono e é o setor com o crescimento mais forte das emissões. Os veículos rodoviários são responsáveis por quase três quartos das emissões de CO2 dos transportes e estes números não estão a diminuir. No entanto, o potencial para substituir as viagens de veículos motorizados por deslocações a pé e de bicicleta é enorme e está ao nosso alcance.

Sessenta por cento das viagens urbanas em todo o mundo são inferiores a 5 quilómetros, sendo que mais de metade delas são atualmente efetuadas por veículos motorizados. Andar a pé e de bicicleta poderia substituir uma proporção significativa destas viagens curtas. As bicicletas elétricas expandem ainda mais este potencial, e caminhar ou andar de bicicleta 30 minutos por dia é suficiente para satisfazer os requisitos mínimos de saúde da OMS e reduzir o risco de morte prematura entre 20 a 30 por cento.

Com a COP27 a ser acolhida em África, vale a pena notar que, em todo o continente, caminhar já é o principal meio de transporte para a maioria das pessoas. Até 78 por cento caminham todos os dias - frequentemente porque não têm outra escolha. E põem as suas vidas em risco no momento em que saem das suas casas devido a estradas dominadas por carros em excesso de velocidade, passeios em falta, passagens improvisadas e veículos altamente poluentes. Em 2050, os países com rendimentos baixos e médios possuirão mais de dois terços dos carros do mundo. Com isso vem uma urgência crescente para um investimento ainda maior em infraestruturas seguras para andar a pé e de bicicleta.

Por todas estas razões, a Partnership for Active Travel and Health, juntamente com as organizações abaixo assinadas, apela fortemente aos governos nacionais e municipais para que se comprometam a dar prioridade e a investir em caminhadas e ciclismo, através de Contribuições Determinadas a Nível Nacional e estratégias integradas e coerentes, incluindo planos, financiamento e ações concretas para tal:

Infraestruturas - para tornar as caminhadas e a bicicleta seguras, acessíveis e fáceis.
Campanhas - para apoiar uma mudança nos hábitos de mobilidade das pessoas.
Ordenamento do território - para assegurar a proximidade e a qualidade do acesso aos serviços quotidianos a pé e de bicicleta.
Integração com os transportes públicos - para apoiar a mobilidade sustentável para viagens mais longas.
Capacitação - para permitir o êxito de estratégias eficazes de marcha e ciclismo com impacto mensurável.

Estamos convencidos de que colocar as caminhadas e a bicicleta no centro das estratégias globais, nacionais e locais para enfrentar as alterações climáticas não só contribuirá para atingir objetivos climáticos urgentes, mas também melhorará a vida das pessoas em todo o mundo.


 

2022-11-09 - 11:04:37

 


 

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